quinta-feira, 3 de maio de 2012 | By: Cacau Ribeiro

Vento do campo...

Nasceu uma flor
Que o vento arrancou
E nunca mais se viu igual.

Num domingo de chuva
Só mais uma nasceu.
O povo gritou e a protegeu,
Do vento a livrou.
Mas ela se vingou,
Contra o povo lutou
Cresceu mais e mais.

O vento inimigo
Era só um amigo
Que os livrava do mal.
sábado, 13 de novembro de 2010 | By: Cacau Ribeiro

Promessas

    Tem dias que estamos cansados pra mudar e tudo parece desanimar, as horas passam devagar e nada muda.O relógio parece parar. O tempo passa devagar. Eu estaciono num lugar que não sei onde é. Meus pés não me obedecem mais, estou me sentindo solta num mundo diferente do normal.
    Você chega nesse sonho. Molhado com o sereno da noite que chega.Você não quer me dar a tua mão e teus olhos não me olham mais.O que aconteceu? Pegue a minha mão e vem comigo, vamos correr um perigo e nunca mais olhar pra trás. Amanhã vou te ver, quero olhar nos teus olhos e me ver. Ser feliz com você. Sem lágrimas. Em paz. Sem olhar pra trás.


Clarissa Ribeiro

Rima Pobre

Brilho dos meus olhos,
Luz do meu luar,
Quando estou com você só penso em sonhar.
Sonhos que trazem paz,
Vida que me refaz,
Brilha o céu escuro
Na noite que vem pelo muro.
Quando estou com você
Teu ar me faz viver.
Quero você aqui
Pra nunca te ver partir.
Não consigo parar de pensar
Naquela noite
Naquele luar.
Conversas jogadas fora
Numa noite que se foi embora.
Contudo você ficou
Junto com nosso amor.
Pra mim: iria partir.
De mim não quis desistir.


Clarissa Ribeiro
domingo, 10 de outubro de 2010 | By: Cacau Ribeiro

Sem escrúpulos e nem títulos.

  Não podia ter ligado o rádio em momento mais oportuno. Aquela música dizia tudo que meu coração gritava naquela hora. Sua ausência me fazia perceber o quanto era bom ter você por perto. Seus olhos nos meus, suas mãos em meu rosto que, em seguida, se dirigia subtamente para a sua boca que me me desejava mais e mais. Eu podia sentir.
   Meus dedos estavam manchados de sangue. Minha alma astava inquieta. Todo o fluxo do meu corpo estava acelerado, pensamentos, batimentos e sentimentos. Andei até os desenhos jogados na mesa. Tentei encontrar forças para não me culpar. Mas tudo estava consumado. As lágrimas do arrependimento começaram a cair, borrando todos os desenhos alegres.

    Já sentada na cadeira velha e quebrada comecei a descrever a cena. Descrevi toda a história. Desde a embriagada noite anterior até a imagem de um corpo frio no chão. Minha mão trêmula produzia letras grotescas.

    Assim que acabei o relato caminhei até a cozinha escura e molhada desviando dos cacos de vidros que estavam no chão por causa da discussão durante a conversa. Aquele cômodo da casa cheirava a traição. Minha ânsia tomava conta de mim até que não consegui segurar. Corri para o banheiro, mas não cheguei à tempo. Voltei pelo corredor imundo e, com uma pequena bala, acabei com aquela dor, que vinha do meu músculo palpitante, da maneira mais desleal e pecaminosa possível.